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Arquitetos: há.atelier
- Área: 210 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:José Campos

Descrição enviada pela equipe de projeto. Circundada pela natureza a localidade de Santa Eufémia, em proximidade com a vila do Espinhal, é uma região conhecida pelo seu elevado valor patrimonial e histórico devido à sua antiguidade. De entre as suas atracções, destacam-se os Moinhos de água.


A recuperação deste património contribui para beneficiar e valorizar o território, representando um estímulo para a economia e desenvolvimento local, sobretudo no contexto social e ambiental. Com a construção do "CIC", pretende-se divulgar e partilhar as práticas antigas inerentes ao processo de moagem e produção de pão e broa, bem como sensibilizar para acções sustentáveis, possibilitando aos diferentes públicos, o contacto directo com a natureza circundante e a oportunidade de conhecer as áreas envolventes de importante valor cultural e natural.

O principal objetivo da intervenção é a preservação e valorização do património existente, nomeadamente o moinho, o edifício adjacente e o pátio exterior. A globalidade de toda a proposta assenta sobre premissas de manutenção e elevação dos elementos existentes, de claro valor arquitectónico.


O conjunto divide-se programaticamente em três propósitos: a exposição de elementos museológicos referentes à actividade de moagem e produtos endógenos; a requalificação do moinho para produção de cereais e pão; um espaço de partilha. A água desvia-se do rio, percorre o interior dos edifícios até encontrar a sua função – dar força ao moinho para fazer rolar as grandes pedras que moem o cereal, regressando novamente ao seu caminho original.

A água afasta-se do leito do rio, atravessa o interior dos edifícios até cumprir o seu propósito de acionar o moinho que faz girar as grandes pedras moedoras do cereal, desaguando novamente no seu curso original. No interior do moinho, destaca-se uma peça central que sintetiza a abordagem do projeto: uma grande mesa em pedra tosca, originalmente parte do varandim de acesso à antiga habitação, é agora reconvertida como elemento de uso e encontro.


Esta superfície assenta sobre pernas em madeira maciça exótica, reaproveitada a partir das vigas originais do edifício, já destruídas. A mesa torna-se assim símbolo de permanência e renovação, agregando materiais com memória a uma nova função coletiva. A intervenção pauta-se por uma leitura respeitosa da pré-existência, onde cada decisão material e construtiva procura equilibrar a autenticidade do lugar.


























